Otimize os resultados da reabilitação esportiva com o mapeamento da pressão plantar

A reabilitação esportiva é um processo multifatorial e complexo que requer uma abordagem em equipe, na qual profissionais trabalham juntos para levar o atleta ou jogador a um retorno seguro e saudável ao esporte (RTS).

O processo de reabilitação de uma lesão esportiva é um sistema complexo e adaptativo, termo utilizado na ciência biológica para descrever sistemas compostos por vários componentes (ou seja, multicomponentes por natureza). Esses sistemas interagem entre si e com seus ambientes, resultando em um novo padrão ou comportamento emergente.

Recentemente, o conceito de sistemas complexos tem ganhado cada vez mais interesse no campo da ciência do esporte e do desempenho humano. Ele descreve a ocorrência de lesões e o processo de decisão de RTS. No contexto da reabilitação e RTS, todos os fatores (unidades) que interagem entre si podem incluir idade, bem-estar, estresse, histórico de lesões anteriores, etc. O sistema que surge dessas interações pode levar ao surgimento de outros sistemas dentro dos sistemas (Rickles, Hawe e Shiell, 2007), que podem ser categorizados com base em suas características, como biomecânica, psicologia e fisiologia (Yung et al., 2022).

Um exemplo de como esses fatores interagem dentro dos sistemas em uma organização multinível e hierárquica no que se refere à decisão RTS pode ser encontrado abaixo na Figura 1.

Processo de tomada de decisão para o retorno ao esporte (RTS)

O processo de RTS é muito complexo por natureza, com um percurso não linear que se caracteriza pela interação de muitos fatores (Putukian, 1998).

Yung et al. (2022) identificam três domínios principais para testar e melhorar a qualidade da decisão RTS:

1. Avaliar a solidez metodológica dos testes escolhidos;
2. Identificar possíveis desvios dos modelos normativos de decisão; e
3. Implemente a tomada de decisão compartilhada.

Figura 1. Um mapa do sistema multinível com fatores relacionados à decisão de RTS em lesões do ligamento cruzado anterior (imagem de Yung, et al., 2022)

Eles também sugerem uma estrutura de quatro etapas para verificar a qualidade do processo de tomada de decisão da RTS com base nos seguintes aspectos (Figura 2):

• As alternativas referem-se às várias opções que um tomador de decisão tem no contexto do RTS;
• As informações referem-se aos conhecimentos que podem ser importantes para a decisão final (ou seja, os resultados de vários testes);
• Os modelos de decisão referem-se aos modelos que descrevem como uma decisão pode ser tomada;
• As preferências referem-se a vários aspectos da decisão, incluindo a consideração do valor (ou seja, o quanto o RTS significa para o atleta ou equipe), o tempo (ou seja, a importância de jogar) e o risco (ou seja, quanto risco de nova lesão pode ser tolerado).

Figura 2. Etapas para avaliar uma decisão RTS (imagem de Yung, et al., 2022)

Mapeamento da pressão plantar na reabilitação esportiva e retorno ao esporte (RTS)

Em aplicações metodológicas, a tecnologia de mapeamento da pressão plantar representa uma das melhores opções para o processo de tomada de decisão para RTS.

A natureza multifatorial dos dados e informações obtidos pela avaliação da pressão plantar na biomecânica, bem como a capacidade de analisar como a complexidade do pé interage com o solo como um amplificador da força e do movimento dos vários segmentos acima (joelhos, quadris, coluna vertebral, ombros), torna a tecnologia um suporte fundamental para os profissionais e tomadores de decisão envolvidos no processo de RTS.

Referências

1. Yung KK, et al., Características dos sistemas complexos na reabilitação de lesões esportivas: exemplos e implicações para a prática, Sports Med Open. 22 de fevereiro de 2022; 8(1):24.
2. Yung KK, et al., Uma estrutura para os médicos melhorarem o processo de tomada de decisão no retorno ao esporte, Sports Med Open. 13 de abril de 2022; 8(1):52.
3. Putukian M, Retorno ao jogo: tomando decisões difíceis, Phys Sports Med. 1998; 26(9):25-7.
4. Rickles D, Hawe P, Shiell A, Um guia simples para o caos e a complexidade, Revista de Epidemiologia e Saúde Comunitária. Novembro de 2007; 61(11):933-7.